Sunday, February 15, 2009

PERSPECTIVAS DE INVESTIMENTOS BRASIL 2009-2012

Perspectivas de investimentos 2009/12 em um contexto de crise
Por Ernani Teixeira Filho,
Entre o início de 2006 e o 3º trimestre de 2008, a economia brasileira apresentou elevadas taxas de rescimento, associadas a um processo contínuo de expansão do investimento. Ao longo desse período, a formação bruta de capital fixo (FBKF) cresceu, sistematicamente, acima do PIB, configurando maior ciclo de investimentos no país dos últimos trinta anos.
A ampliação dos investimentos deu-se em duas ondas
. A primeira teve início nas indústrias extrativas e produtoras de insumos básicos,estimulada pela combinação de forte incremento da demanda mundial por commodities e das vantagens competitivas brasileiras nesses setores.
Em contraste com outros momentos do passado recente, nos quais as inversões se concentravam na modernização das fábricas existentes (brownfield), os projetos atuais direcionaram-se, em maior proporção, à implantação de novas plantas industriais (greenfield). Nos setores de siderurgia e papel e 1 Trabalho realizado a partir de mapeamento do investimento e análises setoriais realizados conjuntamente pela Área de Pesquisa Econômica (APE) e pelos departamentos operacionais do BNDES. 2 celulose, houve, adicionalmente, um deslocamento de bases produtivas de países desenvolvidos para o Brasil.
A segunda onda foi constituída pelos investimentos na infraestrutura, na construção residencial e na indústria de bens de consumo duráveis. Nesses casos, os dois principais fatores determinantes foram: i) políticas públicas - Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), mudanças no marco regulatório do setor elétrico e melhoria do ambiente institucional no segmento de construção residencial (patrimônio de afetação e alienação fiduciária); e ii) crescimento consumidor doméstico expansao massa salarial e do crédito.
A generalização do ciclo de investimento deu maior solidez ao processo
.
As inversões em infraestrutura, além de aumentarem a competitividade sistêmica da economia, tiveram a capacidade de alavancar investimentos do setor privado em outros segmentos – efeito arraste. A expansão dos setores de bens de consumo durável e de construção residencial, por sua vez, gerou efeitos multiplicadores na economia ao elevar o nível de renda e o volume de emprego. Como resultado, o investimento da economia deixou de ser motivado pelo cenário internacional favorável. O dinamismo do mercado interno também se tornou relevante. Os efeitos têm sido significativos.De fato, boa parte do crescimento do PIB em 2008 é explicada pelo desempenho do investimento. Entretanto, a atual crise financeira internacional, iniciada em agosto de 2007 e agravada incisivamente após setembro de 2008, pode, por sua intensidade, comprometer a continuidade do ciclo de investimentos em curso. A queda nos preços das commodities impactou setores que vinham liderando o crescimento dos investimentos na indústriaextração de petróleo e minério de ferro, siderurgia e papel e celulose.
A restrição ao crédito, por outro lado, teve efeito significativo sobre o setor de veículos automotores e, em menor escala, sobre a construção residencial.
Nesse cenário, este número do Visão do Desenvolvimento tem um duplo objetivo. O primeiro é dar seqüência aos levantamentos anuais realizados pelo BNDES, desde 2006, sobre as perspectivas de investimento para a economia brasileira, agora para o período 2009/ 2012. As pesquisas realizadas em 2006 e 2007 indicavam uma mudança no patamar e na composinal 1 Ver Borça Jr. (2008) – “Agravamento da Crise leva economia mundial à recessão” BNDES, Visão do Desenvolvimento nº 59. 2 Trabalho realizado a partir de mapeamento do investimento e análises setoriais realizados conjuntamente pela Área de Pesquisa Econômica (APE) e pelos departamentos operacionais do BNDES. Boa parte do crescimento em 2008 é explicada pela expansão da formação bruta de capital 3 ação das inversões na indústria, infraestrutura e construção residencial. Dados posteriores do IBGE vieram a confirmar esse cenário.
O segundo é identificar os impactos iniciais da crise sobre o horizonte de investimentos brasileiros para o período 2009/2012. O levantamento dos dados foi, a exemplo dos nos anteriores, concluído em agosto último, poucas semanas antes da
violenta deterioração do cenário internacional em setembro do mesmo ano. Essa mudança no cenário econômico, ademais de retardar a publicação dos dados, levou a realização de novo levantamento – concluído no mês de dezembro.
Composição dos investimentos mapeados. O mapeamento dos investimentos englobou 16 setores, sendo nove da indústria e seis da infraestrutura, além do setor de construção residencial. A escolha dos setores deveu-se não somente à sua relevância para a formação da taxa de investimento da economia, mas também à existência de um conhecimento
atualizado no Banco sobre os mesmos.
Na indústria, foram considerados os setores: i) petróleo & gás e extrativa mineral - intensivos em recursos naturais; ii) siderurgia; papel e celulose; química/ petroquímica - área de insumos básicos e iii) automotivo; eletroeletrônico (incluindo software); e complexo industrial da saúde (incluindo fármacos, equipamentos médico-hospitalares,hemoderivados e vacinas e reagentes para diagnósticos) - ligados a evolução do mercado doméstico; e, por fim, o setor sucroalcoleiro.
Na área de infraestrutura, foram analisados os investimentos em: i) energia elétrica; ii) telecomunicações; iii) transportes rodoviário, ferroviários e portos - ligados à área de logística; e iv) saneamento. A construção residencial completa o levantamento realizado. Os investimentos neste setor, diferentemente dos demais, foram obtidos através de estimação econométrica.
Tabela 1: Taxa de Crescimento dos Investimentos (% a.a.) em ago/08 Investimentos (R$ ilhões) 4 2007, por 54% do total da formação bruta de capital fixo (FBKF). O mapeamento abrange dois terços (66%) dos investimentos na indústria.
Por conta de dificuldades de obtenção de informações, o levantamento não cobre setores industriais com grande número de micro e pequenas empresas, particularmente aqueles intensivos em trabalho. Ademais, abarca a quase a totalidade dos projetos na infraestrutura – cerca de 95%. Ficaram de fora as inversões em transporte coletivo urbano e aeroportos.
Cenário anterior a setembro de 2008 . Em agosto de 2008, as perspectivas eram de que os setores mapeados investissem aproximadamente R$ 1,5 trilhão, entre 2009 e 2012. Esse valor, conforme mostra a Tabela 1, representava um crescimento médio de 12,1% a.a.frente ao período 2004/2007. Na comparação com as pesquisas realizadas pelo BNDES em anos anteriores, verificava-se um quadro de ligeira aceleração dos investimentos da economia. A pesquisa de 2006 apontava para uma expansão de 10,1% a.a. no período 2007/ 10 frente à 2002/053. Enquanto no mapeamento de 2007, o percentual aumentou para 11,8% no período 2008/11 frente à 2003/064. A indústria chamava atenção, com perspectiva de expansão de 14,4% a.a. nos investimentos. Na pesquisa de 2006, a taxa tinha sido de 12,9% a.a.5, enquanto na de
2007 foi de 12,4% a.a6. Essa aceleração indicava uma terceira onda de investimentos, aracterizada por um volume ainda maior de projetos em petróleo & gás, na siderurgia
e no setor automotivo. Na siderurgia, a expectativa era de que a produção de aço fosse dobrar entre 2008 e 2014. No segmento automotivo, o forte aumento na demanda de automóveis e na utilização da capacidade instalada estimulava um cenário de implantação de novas fábricas.
Cenário posterior a setembro de 2008 O impacto da crise financeira internacional
magnificou as incertezas quanto ao futuro da economia mundial, o que tenderia a acarretar um adiamento de projetos e provocar revisão dos planos de investimento das empresas. Para obter uma aproximação da magnitude desse efeito, o novo levantamento,
realizado em dezembro de 2008, 5tratou de separar, dentre as inversões mapeadas, os projetos considerados firmes daqueles afetados negativamente pelas incertezas. A Tabela 2 compara os mapeamentos realizados antes do agravamento da crise financeira (agosto/2008) e depois (dezembro/ 2008). Os resultados mostram uma diferença pouco significativa entre a posição de agosto e a de dezembro de 2008, evidenciando, até então, o baixo montante de investimentos efetivamente cancelados por conta da crise. Observa-se também, no cenário de dezembro – o qual compreende somente os projetos considerados firmes -, que as perspectivas de inve s t i m e n t o caem para R$ 1,3 trilhão, entre 2009 e 2012. Trata-se, portanto, de uma redução moderada de 11% em relação ao valor anterior de R$ 1,5 trilhão. Esta constatação pode parecer surpreendente ante a gravidade da crise mundial e requer explicações mais detalhadas. Em termos setoriais, percebe-se a existência de três grupos distintos de reação à crise. O primeiro é formado pelos setores cujos nvestimentos tendem a continuar firmes, apesar do agravamento da crise internacional. Neste caso, destacam- se: petróleo & gás, eletroeletrônica, indústria da saúde, energia elétrica, telecomunicações, saneamento e rodovias.7 Esse grupo representa 43% do mapeamento de agosto de 2008 e foi responsável por 23% da formação bruta de capital fixo em 2007. Especificamente no que tange à cadeia de petróleo & gás, o plano estratégico da Petrobras, recentemente divulgado, foi revisto para cima, posto que os valores de agostode 2008 não consideravam os investimentos na camada pré-sal. Em geração de energia elétrica, os programas de investimento das empresas possuem elevada estabilidade, visto que estão atrelados a contratos celebrados de fornecimento de energia realizados pelo Governo. O cumprimento dos compromissos de oferta de energia contratada e o custo de obtenção de licenças – de instalação, de operação e ambiental – geram um custo significativo para a interrupção de investimentos já iniciados.
Em telecomunicações, os investimentos também são muito firmes, tanto por conta da forte concorrência das empresas pela introdução de novos produtos/serviços, como pela necessidade
de atualização tecnológica – o que demandará inversões significativas na 3ª geração (3G) da telefonia móvel, em TV digital e na utilização do Wimax (sistema sem fio que oferece banda larga à distância). Finalmente, o compromisso do Governo com o PAC - Programa de Aceleração do Crescimento – deverá manter elevados os investimentos em saneamento e em rodovias.
Mapeamento mostra que poucos investimentos foram cancelados por conta da crise6 O elevado peso desses setores no conjunto da formação bruta de capital fixo contribui de modo importante para explicar a relativa robustez dos investimentos mapeados.
O segundo grupo é constituído tanto pelos setores da indústria e da infraestrutura cujos investimentos tendem a ser mais afetados pela crise - extrativa mineral, siderurgia, papel e celulose, automotivo – quanto pela construção residencial. Esse grupo representa 52% do
mapeamento de agosto de 2008 e foi responsável por 28% da formação bruta de capital fixo em 2007. No que toca à indústria extrativa mineral, a queda na construção civil da China, nos meses seguintes ao agravamento da crise internacional, aponta para um cenário de menores preços e demanda por minerais metálicos. Observa-se, no 7 A revisão para baixo de 10% nos investimentos em eletroeletrônica foi considerada pequena frente à gravidade da crise nternacional. Posição em Ago/08 Firmes
1- Indústria e Infraestrutura 890,2 769,3 ; Investimentos Mantidos 624,5 620,4 Petróleo e Gás 269,7 - 269,7 ; Energia Elétrica 141,1 -141,1 ; Telecomunicações 77,8 -77,8 ; Saneamento 49,4 - 49,4; Rodovias 27,8 -26,7 ; Eletroeletrônica ** 27,0 - 24,0 ; Petroquímica 23,7 - 23,7 ; Indústria da Saúde *** 8,0 - 8,0 .
Investimentos Reduzidos pela Crise Internacional 194,7 -104,9
Extrativa Mineral 72,3- 48,0; Siderurgia 60,5 - 24,5; Automotivo 35,3 - 23,5; Papel e Celulose 26,7 - 9,0 71,0 43,9 ; Sucroalcooleiro 28,5 - 19,7; Ferrovias 28,9 17,0; Portos 13,6 - 7,2 ; 2- Construção 570,4 - 535,7 ; Construção Residencial 570,4 - 535,7 ; TOTAL 1.460,6 - 1.305,0 ** Inclui software *** Inclui fármacos, equip. médico-hospitalares, hemoderivados e vacinas, e reagente para diagnósticos
Tabela 2: Investimentos Mapeados no Brasil (2009/2012)
Setores Investimentos Reduzidos pela Crise Internacional Fonte: BNDES
Investimentos 2009-12 (R$ Bilhões)
Posição em Dez/08 Investimentos Reduzidos por Outros Fatores 7 entanto, que vários projetos estão associados à concessão pública. Nesses casos, a obtenção de licenças representa um elevado custo afundado (sunk cost), estimulando a não paralisação dos investimentos.
Em que pese a reavaliação, o montante de R$ 48 bilhões de investimentos previstos para 2009/2012 na extrativa mineral é semelhante aos R$ 47 bilhões investidos pelo setor entre 2004 e 2007. Algumas empresas necessitam realizar investimentos por conta de esgotamento
de minas. No caso da Vale, por exemplo, a estimativa de investimentos é compatível com seu plano de crescimento orgânico, anunciado pela empresa em seu orçamento de investimentos
para 2009. Os setores de siderurgia e papel e celulose, que vinham apresentando crescimento de investimentos bem acima da média da indústria, estão tendo que reavaliar seus projetos por conta da forte reversão na trajetória dos preços de aço e de celulose no mercado internacional.
Em papel e celulose, apenas um terço (33%) dos investimentos mapeados em agosto de 2008 podem ser considerado como firmes. Essa reavaliação, no entanto, devese mais à não onfirmação e a adiamentos de projetos, do que propriamente aos cancelamentos. A revisão nos nvestimentos também foi significativa em veículos automotores. No entanto, o cenário mais pessimista sobre as perspectivas de investimento para 2009/2012, de R$ 23,5 bilhões, ainda é bem superior aos R$ 15 bilhões investidos pelo setor entre 2004 e 2007. De fato, nos nove primeiros meses de 2008, o setor estava operando acima de seus níveis normais de utilização da capacidade
instalada, com até três turnos de trabalho durante 7 dias por semana. Por este motivo, as empresas estavam pensando em ampliar significativamente seus investimentos.
Em setembro de 2008, esse ciclo de inversões estava em curso. Entretanto, a perspectiva de construção de novas fábricas deixou de existir no médio prazo.
No que tange à construção r e s i d e n c i a l , embora exista um montante significativo
de projetos já contratados e em fase inicial de obras, minimizando, em parte, os impactos
da crise, a estimativa é de que haja uma desaceleração dos investimentos no setor, a ser mais sentida no 2º semestre de 2009. A forte retração das vendas de aços laminados ao longo do último trimestre de 2008 sinaliza um panorama menos favorável para o ano de 2009.
Finalmente, o terceiro grupo é composto pelos setores com elevados volumes de investimentos considerados não firmes, motivados por outros

A COBICA DA AMAZONIA PELOS GRANDES

Amazônia a soberania está em xequeAvançam na comunidade mundial as propostas para a internacionalização do maior tesouro verde do Brasil. Uma resposta urgente se faz necessária!Por OCTÁVIO COSTA Colaboraram: Cláudio Camargo, Luciana Sgarbi e Luís Pellegrini
CONTROLE Exército e Ibama agem contra desmatamento ilegal feito pelas madeireiras
À primeira vista pode parecer fruto da imaginação de um jornalista estrangeiro, sem maiores compromissos, que acaba de desembarcar no Brasil. Mas seria muita ingenuidade acreditar que o conceituado jornal americano The New York Times abrisse espaço para seu correspondente baseado no Rio de Janeiro, sem que tivesse um objetivo editorial de maior alcance. Sob o título “De quem é a Amazônia, afinal?”, o texto assinado por Alexei Barrionuevo na edição do domingo 18 veio engrossar o coro internacional que tem questionado a soberania do Brasil sobre a Amazônia. Barrionuevo dá seu recado logo no início, quando cita um comentário do então senador americano Al Gore em 1989 (depois ele foi vice do presidente Bill Clinton em duas gestões): “Ao contrário do que pensam os brasileiros, a Amazônia não é propriedade deles, pertence a todos nós.” Três dias antes de o The New York Times publicar seu artigo, o jornal inglês The Independent, noticiando o pedido de demissão da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, foi quem deu plantão sobre a Amazônia. E sem o menor pudor: “Uma coisa está clara. Essa parte do Brasil (a Amazônia) é muito importante para ser deixada com os brasileiros.” O que fica claro, diante das notícias de Nova York e Londres, é que a Amazônia corre grave ameaça. A ofensiva dos dois jornais não é gratuita e já passou a hora de o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomar uma decisão forte, que ecoe para todo o mundo, de forma inquestionável, a certeza de que a Amazônia é nossa.
A cobiça de potências estrangeiras não é surpresa e tudo começa pela extensão territorial. A Amazônia Legal se estende por nove Estados e ocupa 61% do território brasileiro – sua área equivale à metade do continente europeu e nela cabem 12 países, incluindo Alemanha e França. Ela seria, assim, o sexto maior país do mundo, com uma população de 20 milhões de pessoas. A região faz fronteira de 11 mil quilômetros com Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela. O rio Amazonas é o soberano da Terra em volume de água e possui um quinto da água doce do planeta. Segundo avaliações da ONU, o século 21 será marcado por graves conflitos entre as nações, com origem numa única causa: a escassez de água potável. É isso que torna a Amazônia ainda mais estratégica, pois em seus rios estão 21% da água doce vital ao homem. Em seu livro A guerra do amanhã, o assessor para assuntos estratégicos da ONU, Pascal Boniface, previu, entre os cenários de guerras desse século provocadas pelo aquecimento global, a provável invasão da região amazônica por uma coligação internacional. A ação contra a soberania brasileira se justificaria porque “salvar a Amazônia é o mesmo que salvar a Humanidade”. O francês Pascal Lamy, ex-comissário de Comércio da União Européia, é da mesma opinião: “As florestas tropicais como um todo devem ser submetidas à gestão coletiva, ou seja, à gestão da comunidade internacional.”
Como ressalta o The Independent, a Amazônia é uma poderosa reserva de recursos naturais. O diário espanhol El País também destaca que “o mundo tem os olhos postos nas riquezas da floresta”. É por isso que a soberania brasileira é questionada. O novo ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, prefere não levar a sério o The New York Times e desqualifica a idéia de internacionalizar a região: “Quem faz uma proposta dessas deveria passar por uma requalificação psicológica, tal o disparate que contém. Os donos da Amazônia somos nós.” Por mais que o ministro tente reduzir a importância das ameaças, o fato, no entanto, é que os estrangeiros se sentem donos da região há muitos anos. Em 1862, logo após a vitória da União na Guerra Civil americana, o presidente Abraham Lincoln sugeriu a representantes dos negros libertados a criação de um Estado Livre na Amazônia. Dom Pedro II não foi consultado, mas o Brasil foi salvo pelos dirigentes negros que deram uma resposta boa e seca a Lincoln: “Não aceitamos a proposta porque este país também é nosso.” Ainda no Segundo Reinado, o comandante Matthew Maury, chefe do Observatório Naval de Washington, defendeu a livre navegação internacional pelo rio Amazonas. Cem anos depois, o urbanista e futurista americano Herman Kahn teve a idéia de inundar a região num sistema de grandes lagos, com as dimensões do Estado de São Paulo, para permitir a navegação até as minas da Bolívia, do Peru e da Venezuela, fornecedoras de matéria-prima para as indústrias metalúrgicas dos EUA. Em troca o Brasil receberia uma hidrelétrica gigantesca.

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